terça-feira, 27 de setembro de 2011

R.E.M. (1980 – 2011)




O R.E.M. acabou. O anúncio oficial veio em uma quarta-feira qualquer, sem rumores antecipando o fato, ou ao menos não amplamente divulgados. Michael Stipe, Peter Buck e Mike Mills (e anteriormente, Bill Berry) formaram por 31 anos uma das bandas mais influentes e importantes dos últimos tempos e até de toda a história do rock.

Pode parecer exagero, mas te desafio a citar alguma outra banda que, por três décadas, andou de forma tão brilhante na linha, muitas vezes tênue, que separa o alternativo do mainstream; que soube se reinventar a cada disco, deixando um legado que não comporta nenhum album ruim, ok, Around The Sun (2004) é razoável, mas um disco regular do R.E.M. faz “clássicos” de muitos artistas soarem como a banda do seu vizinho adolescente.

Como bem disse Michael Stipe, na carta de despedida aos fãs: "a habilidade em ir a uma festa é saber a hora de ir embora". Considerando que o disco lançado esse ano, Collapse Into Now, é um dos melhores da carreira deles desde New Adventures In Hi-Fi (1996), é difícil crer que realmente era hora de parar. Mas cada um sabe seu tempo.

É difícil compreender a cabeça de amantes da música, como eu. Ficamos muito tristes em ver bandas se desfazendo em meio a um período de decadência. Dói ver carreiras brilhantes ficando irrelevantes bem na nossa frente e simplesmente terminarem. Por outro lado, ficamos igualmente tristes quando vemos o fim de uma banda como o R.E.M. que claramente  ainda tinha muita lenha para queimar

Resumindo, somos egoístas. Queremos todas nossas bandas favoritas eternamente com vigor adolescente e com inspiração para sempre surpreender, ou ao menos envelhecer com dignidade e não, não abrimos mão de sermos surpreendidos uma vez ou outra que seja. Talvez esse tipo de banda ou artista nunca venha a existir, mas que o R.E.M. chegou muito perto, ahhh, isso chegou.


                                

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O folk doce de Lucy Rose


Texto originalmente publicado no Portal Iradio

Recentemente a banda britânica Bombay Bicycle Club lançou seu terceiro disco, A Different Kind Of Fix. Um dos destaques do album é a música “Lights Out, Words Gone”, onde o vocalista Jack Steadman divide os vocais com uma garota de voz suave e hipnotizante. Estamos falando de Lucy Rose, uma jovem cantora inglesa de 21 anos que, além de emprestar os dotes vocais à banda de Steadman, tem suas próprias canções e em breve deve lançar seu primeiro disco.




O som é um folk pop bastante delicado. Na sede da busca por um par na música atual, Lucy é frequentemente comparada à Laura Marling, mas, puxando um pouco mais do fundo, a referência de Joni Mitchell é bastante clara, óbvio que com o verniz da realidade em que vive, mas algumas vezes até o timbre vocal se assemelha com a autora do clássico Blue.

Lucy Rose, que antes já tinha participado de outra música do Bombay Bicycle Club, a bela “Flaws”, do disco de mesmo nome, também excursiona com a banda fazendo os vocais de apoio. O single da cantora inglesa,  já disponível no iTunes é “Middle Of The Bed”, mas no site oficial dela é possível ouvir ainda a ótima “Bikes” e ainda versões ao vivo e remixes de mais canções dela.

O som, delicado e repleto de belas melodias é predominantemente acústico, o que dá ainda maior destaque a voz de Lucy Rose, que assim como o rosto de menina e os olhos azuis da cantora, encanta, e deixa a certeza que coisa boa vem por aí.