segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Planeta Terra 2013 - impressões e alguns links

Planeta Terra 2013
Foto: Liliane Callegari

Fui ao Planeta Terra 2013 com um pensamento muito bem definido: ver Travis e Blur, o que viesse a mais era conseqüência. Dito isso, segue abaixo uma série de breves comentários sobre o que vi no festival e alguns links legais no final.


Palco Smirnoff: Clarice Falcão, Palma Violets e Beck
Palco Terra: BNegão e os Seletores de Frequência, Travis, Lana Del Rey e Blur

Clarice Falcão: Cheguei no fim do show. Deu tempo de ver a participação do Gregório Duvivier (namorado e parceiro de Porta dos Fundos da moça) para reproduzir o vídeo “Essa é Pra Você”, publicado no canal do youtube que os deixou famosos. Em meio a tanta fofice, o que dá pra dizer é que Clarice Falcão é uma gracinha, mas a música... é, não dá. 

Clarice Falcão
Foto: Liliane Callegari

BNegão e os Seletores de Frequência: Sem o mesmo apelo popular da cantora do Porta dos Fundos, BNegão pegou o público ainda se ajeitando no festival, ainda assim fez um show bem competente, só não vi final porque fui conferir o outro palco.

B Negão
Foto: Liliane Callegari
   

Palma Violets: Devo ter ouvido umas duas vezes o disco dos caras, o som é até simpático. No palco foi aquele esquema, baterista e (principalmente) baixista empolgados, vocalista blasé e tecladista parecendo respirar com ajuda de aparelhos. Funcionou bem por algum tempo, depois cansou.

Palma Violets
Foto: Liliane Callegari



Travis: Costumo dizer que se o mundo fosse justo, o Travis teria muito mais fãs e muito mais sucesso que o Coldplay. Mas se assim fosse, talvez não teríamos a oportunidade de ver esse belo show dos escoceses. As músicas do (bom) disco de 2013 (Where You Stand) fluíram bem, “Sing”, “Side”, “Re-Offender” e “Flowers In The Window” também fizeram bonito, mas era nos hits do clássico “The Man Who” que tudo acontecia. “Driftwood”, “Writing To Reach You”, “Turn” e o momento sempre incrível de todo mundo pulando em “Why Does It Always Rain On Me”.

Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Lana Del Rey: A histeria era gigante, se pegassem todas as coroas de flores das cabeças dos fãs dava pra montar uma floricultura enorme. Vi as quatros primeiras músicas, tudo muito arrastado e... bem... fake. O maior legado de Lana Del Rey para o Planeta Terra (me refiro ao festival, claro) foi embelezar ainda mais o evento, público incluso.


Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Beck: Aqui temos um problema. Conheço pouquíssimo da carreira do cara. O show começou muito bem, com “Devil Haircut”, “Novacane”, “One Foot In The Grave” e “Loser”, mas na parte “eletrônica” com o cover de “Tainted Love” e “Modern Guilt” a brochada veio forte. Depois disso, muito por falta de conhecimento do trabalho do cantor, não me pegou mais. Uma parte me chamou atenção, que depois soube que eram as musicas “The Golden Age” e “Lost Cause”, mas nesse momento eu já me dirigia para o palco principal. Muitos amigos falaram maravilhas do show, ou seja, preciso ouvir essa discografia logo.
    


Foto: Mauro Pimentel/Terra

Blur: Quais as chances de não ser bom um show que começa com “Girls And Boys”, “There’s No Other Way” e “Beetlebum”? tudo intenso, vibrante! Albarn pulava feito louco. O show do Blur parece ser milimetricamente dividido em blocos, depois da trinca inicial matadora começou a parte mais densa e experimental, com “Out Of Time”, “Trimm Trabb” e “Caramel”, aqui cabe um adendo, não que seja novidade, mas Grahan Coxon é um dos maiores anti-guitar heros da historia. Em seguida veio um bloco para colocar todo mundo pra cantar: “Coffee And TV”, “Tender” e “To The End”. “Tender” responsável por um dos grandes momentos do festival, um coro que ainda vai ficar na cabeça por muitos dias. Então, para sair do bloco mais contemplativo, “Country House” e “Parklife” (com Phil Daniels) botaram fogo de novo na apresentação, e para encerrar o set normal “End Of A Century” e “This Is a Low” em mais um momento denso e bonito. No bis: “Under The Westway”, “For Tomorrow” (com bolas coloridas no meio da galera), a sublime “The Universal”, com o refrão berrado enquanto as pessoas se abraçavam e pulavam juntas, e ainda, o final arrasador com “Song 2”, meu corpo dói até agora por conta da roda de pogo.   

Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Mais sobre o Planeta Terra 2013:

Balanção no Scream & Yell : 

Floga-se sobre a estrutura do festival e outras coisas: 

Cobertura gonzo do Fora do Beiço:

Fotos incríveis que a Lili fez no festival:
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/sets/72157637525088596/

As 20 melhores músicas do Blur, no Pergunte Ao Pop:
http://pergunteaopop.blogspot.com.br/2013/11/especial-as-20-melhores-musicas-do-blur.html

Uma amostra de como era o clima depois do fim do festival:
http://www.youtube.com/watch?v=z94TT-g-keI

sábado, 21 de setembro de 2013

As Melhores Músicas de Bruce Springsteen



Dias atrás foi publicada no ótimo Pergunte ao Pop, uma lista das 20 melhores músicas do Bruce Springsteen. Participei da votação com um monte de gente boa. O resultado você pode ver clicando AQUI.

Aproveitando que logo mais, a noite, poderemos acompanhar o show do Boss (mais conhecido como o melhor show do Rock In Rio 2013, mesmo antes de acontecer), posto por aqui minha lista das melhores faixas do chefão. Pode ser que mês que vem essa lista mude, e também no mês seguinte e assim por diante. Mas ok, listas são listas.      


01 - Born To Run

Apontar apenas 5 músicas como "as melhores" do Bruce Springsteen já é uma tarefa muito árdua, entre essas 5 escolher a melhor então... Dificuldades devidamente colocadas, como forma de critério imaginei: se por algum motivo eu, sei lá, perdesse a memória e apagasse da mente toda a carreira do Boss, qual música eu gostaria que fosse a primeira apresentada para mim? Born To Run foi a escolhida, mas aí me questionei: "nem sempre a mais emblemática é a melhor". Fui então ouvir mais um pouco. Não teve jeito, a ideia inicial prevaleceu. Do andamento vibrante, passando pelo espírito estradeiro, quebras de ritmo, letra, o pseudo encerramento até o coro no final, estamos definitivamente diante de um clássico mór do chefe, e por que não DO clássico mór.





02 - Born In The U.S.A.






03 - Atlantic City




04 - Dancing In The Dark





05 - Mary Queen Of Arkansas




06 - Darkness On The Edge Of Town



07 - Cover Me



08 - Adam Raised A Cain



09 - Bobby Jean



10 - Jungleland




Um bom show para todos!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Titãs em Araçatuba – O peso da experiência


Em 2013 o Titãs completa 31 anos de história. Período suficiente para cravar o nome no imaginário do rock nacional dos anos 80, seguir tocando na década seguinte, perder metade de seus integrantes fundadores e viver inúmeros encontros e desencontros com os fãs. Com esse rico histórico nas costas, Paulo Miklos, Branco Mello, Tony Belloto e Sergio Britto desembarcaram em Araçatuba no último sábado, na mesma casa de shows em que os Paralamas do Sucesso se apresentaram há exatamente um ano e uma semana atrás.  

Leia sobre o show dos Paralamas aqui.

A noite começou com uma ponta de frustração. A área vip, sim, a tão discutida área vip (ou seja lá qual nome tenham dado pra essa aberração) estava lá. Um espaço com mesas localizado logo a frente do palco. No show de um ano atrás isso já existia, mas dessa vez ocupava inacreditavelmente metade do salão. Isso sem falar que já havia um lugar diferenciado da pista, um mezanino em volta de quase todo o espaço, onde, se houvesse bom senso, deveria ser o único lugar alem da pista comum.

Enquanto isso, no palco acontecia algum oba-oba dos patrocinadores do show, algo meio difícil de entender, um garoto de uns 7 anos tocava bateria acompanhando um adulto no baixo (!!!). Durou apenas alguns minutos. Até que um pouco mais tarde subiu ao palco a banda de abertura, pelo nome do grupo local já dava para prever tudo, Diretoria Pop. Versões insossas de sucessos do pop rock nacional anos 80 e 90. Não chegou a ferir os ouvidos, mas tudo tinha aquela cara de “já vi mil vezes e muito melhor”. Diferente do ótimo e também local, RockNatu, que abriu para os Paralamas.

Área vip bombando #sqn


O saldo da noite até então era desanimador. Tudo apontava para o pensamento de: “O que que eu to fazendo aqui?”. Mas o principal ainda estava por vir, então, tudo era relevável. Com aproximadamente meia hora de atraso, os Titãs remanescentes mais o baterista Mario Fabre apareceram no palco. Havia certa apreensão sobre como seria o repertório, uma duvida de como ele poderia ser dividido entre o excelente período clássico da banda e a fraca safra mais recente. Possivelmente a primeira música diria muito sobre como seria a noite. E disse.

Sem falar nada a banda começou com a bateria introduzindo “Lugar Nenhum” em versão arrasadora. Esqueça arranjos de cordas, banjos e bandolins. No palco a banda adotou o formato cru, simples e direto. Fabre na bateria, Paulo Miklos e Tony Belloto nas guitarras (e apenas guitarras, nenhuma música com violão), Branco Mello no baixo e Sergio Britto no teclado e por vezes no baixo.

O setlist seguiu com a ótima versão de “Aluga-se” (do irregular disco “As Dez Mais”), “Diversão”, “Sonífera Ilha”, tudo rápido, urgente, como uma banda iniciante, mas com aquela segurança que três décadas de carreira trazem com facilidade.

Os hits vinham aos montes: “Homem Primata”, “Flores”, “O Pulso”, “Comida”. Da leva mais recente (leia-se: dos últimos 12 anos), veio “A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Ultima Semana”, que se não é grande coisa ao menos não compromete ao vivo, e “Epitáfio”, que quando pareceu que ia dar uma amolecida no show, o refrão veio pesado, áspero, contrastando (ou talvez até fazendo mais sentido) com a melodia melancólica.

Foto: Patrícia Guerra

No palco, os três vocalistas mostravam estilos distintos, mas harmoniosos entre si: Miklos era o mais roqueiro, com movimentos marcantes; Branco se portava com muita elegância, mesmo quando cantava aos berros parecia não se abalar; Já Sergio Britto era o mais elétrico, não parava no palco, interagia com o público e só se mostrava um pouco inseguro quando empunhava o baixo.

Antes de “Vossa Excelência”, Paulo Miklos, falou rapidamente sobre o caso da discussão entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, em que o primeiro acusa o segundo se fazer “chicana”. O vocalista terminou o relato com um sonoro “Vai tomar no cu”, o que introduziu a música aqui parecendo mais raivosa do que de costume.

“Estamos voltando a tocar essa depois de muito tempo, vamos ver como sai”, disse ainda Miklos, antes de começar “Domingo”. Uma das mais comemoradas pelos fãs de longa data foi “Desordem”, em versão alternando tensão e explosão. Outra versão a se destacar foi a feita para “Go Back”, comumente transformada em balada melosa por aí, no show surgiu como um reggae/dub que crescia entre dissonâncias no refrão.

Foto: Patrícia Guerra

“Polícia” foi tão rápida e tão pesada que faria inveja a regravação do Sepultura. Ainda em meio a “sujeira”, o show teve “Bichos Escrotos”, “AAUU” e “Cabeça Dinossauro”. Terminado o set normal, o bis começou com “Família”, única música da noite sem peso nas guitarras, e “Marvin”, uma das mais cantadas da apresentação.

Depois de deixarem o palco, a espera belo bis derradeiro vinha acompanhada da dúvida. O que viria? Algum hit arrasador? Algum som mais obscuro para os fãs? Paulo Miklos disse: “vamos tocar a saideira agora”. E veio o cover de “É Preciso Saber Viver”, e com ele uma grande brochada. Como poderia um show tão poderoso, terminar com uma balada? Mas felizmente a decepção não durou muito, logo no primeiro refrão Miklos já berrava de forma insandecida e as guitarras repetiam o vigor mostrado ao longo do show. No fim, o coro do público e um break emocionante antecederam o refrão final.

Com 31 anos, a primeira coisa a se pensar é em uma crise de meia idade, uma necessidade de saber qual caminho está seguindo, mas essa lógica para bandas é diferente, ainda mais para os Titãs. Coloque na balança a euforia da juventude, a ponderação - ou porque não, a caretice - da idade adulta, e encontre o equilíbrio necessário para voltar, com segurança, ao formato de apresentação mais simples possível, agradar novos e velhos fãs e flutuar com segurança entre as bandas mais importantes do rock brasileiro. Em 2014 os Titãs devem lançar disco novo, se as apresentações ao vivo forem o parâmetro, certamente teremos a banda no auge da maturidade que apenas grandes nomes conseguem alcançar. 



Setlist (a ordem não é exatamente essa, mas algo próximo disso)

01 - Lugar Nenhum
02 - Aluga-se
03 - Diversão
04 - Sonífera Ilha
05 - Homem Primata
06 - A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Ultima Semana
07 - Epitáfio
08 - Go Back
09 - Flores
10 - O Pulso
11 - Pra Dizer Adeus
12 - Comida
13 - Desordem
14 - Domingo
15 - Vossa Excelência
16 - Televisão
17 - AAUU
18 - Policia
19 - Bichos Escrotos
20 - Cabeça Dinossauro

Bis1:

21 - Família
22 - Marvin

Bis2:

23 - É Preciso Saber Viver

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Animal Nacional - Vespas Mandarinas




Se procurarmos uma referência geral do rock feito no Brasil, podemos puxar na memória e colocar Os Mutantes no topo da lista, ou mesmo destacar a inocência dos roqueiros da Jovem Guarda, mas a impressão que fica é que o termo “Rock Nacional” é inevitavelmente ligado às bandas dos anos 80: Titãs, Ira!, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii e tantas outras.

Mesmo três décadas depois, essa cena ainda é uma referência forte, menos musicalmente e mais como um símbolo. Ainda existe um carinho e uma consideração quando se fala desse período. O tempo passa e muitos elementos da cultura em geral vão se revelando estritamente frutos de um período específico, e com o “Rock 80 Brasil” não é diferente.

Pode ser que ainda não tenha passado tempo suficiente e que daqui a 10 anos essa reverência seja direcionada a bandas da década seguinte, como Raimundos, Planet Hemp ou… Charlie Brown (!!). Não temos como saber, ainda.

Cortando para 2013, ou mesmo a partir de 2010, o rock brasileiro, ao menos pensando em mainstream, inexiste. E mesmo no underground, as bandas independentes legitimamente roqueiras não são muitas que conseguem se destacar – levando em conta que critérios para classificar uma banda como “rock” são cada vez mais variáveis e muitas vezes desnecessários.




A banda paulistana Vespas Mandarinas vai além do simbolismo e traz também um pouco do som e da temática oitentista em seu álbum de estreia, “Animal Nacional”. O grupo, formado por Chuck Hipolitho (Forgotten Boys), Thadeu Meneghini (Banzé), André Dea e Flávio Guarnieri (Sugar Kane), resgata em seu debute o imaginário de várias bandas do período.

O disco começa bem com a urbana “Cobra de Vidro” e também “Não Sei O Que Fazer Comigo”, versão de “Ya No Sé Qué Hacer Conmigo”, da ótima banda Uruguaia El Cuarteto De Nos, com vários versos adaptados. Em seguida vem “Santa Sampa”, escrita em conjunto com Bernardo Vilhena. Como o título da música sugere, o tema é a vida em São Paulo. O disco, como um todo, tem várias referências a capital paulista.

“Animal Nacional” tem uma ligação bastante íntima com o último trabalho do Banzé, o subestimado “Antes da Queda” (2008), onde aparecem originalmente as músicas “Cobra de Vidro” e “Um Homem Sem Qualidades”, as duas com versões ligeiramente melhores do que as que entraram no álbum do Vespas. Mas a semelhança dos dois discos vai além, a aspereza das guitarras e os temas urbanos das letras aproximam os dois trabalhos.




Os vocais das músicas são divididos entre Chuck e Thadeu (seis músicas para cada um). Em “O Amor E O Acaso”, o ex-Forgotten Boys canta uma letra de amor quase simplória: “Mas como é que ele vai te achar / Se você se esconde / Vai ver você já encontrou o amor / Só você não sabe”. Já em “O Vício E O Verso” (sim, os títulos das músicas tem um “quê” de Engenheiros do Hawaii) Thadeu canta em meio a guitarras cheias de efeitos que remetem, mais uma vez, aos anos 80. As frases prontas “O vício e o verso / Navegar é preciso /Meu rumo é o inverso / E viver é um preciso, meu amor” são facilmente relevadas pelo vigor da música, principalmente no refrão, onde o vocal intenso beira o desafinado.

“A Prova”, parceria com Arnaldo Antunes, é leve e simpática – quando começa a soar muito repetitiva, felizmente termina. “Só Poesia” também se repete bastante, mas dessa vez com mais peso e uma sutil lembrança de Queens Of The Stone Age. Os versos quase lineares culminam em um bom refrão. “O Inimigo” é suja e fala de uma certa maldade decadente. “Rir No Final” mantém o peso, agora com uma letra rancorosa e ressentida.

“Distraídos Venceremos” é quase uma balada com jeitão de hino nerd, mas não é. A canção derradeira é “O Herói Devolvido”, uma faixa desajeitada e divertida que traz, novamente, um amontoado de frases feitas: “Quanto mais eu rezo / Mais assombração me aparece / Na vida a gente não tem o que quer / A gente tem o que merece”.

“Animal Nacional” não sinaliza nenhuma “nova” tendência, e nem tem intenção de, mas faz um resgate interessante do rock brasileiro anos 80, felizmente não embriagado pelo saudosismo. É um disco com alguns bons momentos e outros nem tanto, e talvez o grande charme do álbum seja essa irregularidade, que pode ser associada à forma como ouvimos as bandas oitentistas hoje, ou como Chuck canta em “O Herói Devolvido”: “Tá todo mundo tão preocupado em ser perfeito / mas no final o que faz falta é o defeito”.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Virada Cultural Paulista 2013 - Araçatuba


Acompanho a Virada Cultural Paulista desde o início no interior, todos os anos tento assistir o máximo de atrações possíveis em Araçatuba, especialmente os shows. Em 2012, justamente quando a programação da cidade estava ótima (Luiz Melodia, Bidê Ou Balde, Macaco Bong, Ultraje A Rigor, Letuce) eu estava em São José do Rio Preto por motivos de trabalho, onde peguei o ótimo show da Céu e ainda Vanessa Da Mata. Já em 2013, volto para Araçatuba.


Neste ano não pude acompanhar a programação do sábado. Não havia nada que me chamasse atenção, mas se pudesse iria mesmo assim. Os shows foram do cantor araçatubense de pop rock, Brunno Carvalho, Luíza Possi, Negra Li e The “Amy Lives” Project, uma espécie de tributo a Amy Winehouse, capitaneado pelo tecladista que acompanhava a cantora. Obs: caros leitores do blog que acompanharam a programação do sábado, fiquem a vontade para postar impressões na caixa de comentários.

No domingo, a Praça Getúlio Vargas recebeu três shows, do grupo paulistano 5 A Seco, Marcelo Jeneci e Almir Sater. 


5 A Seco


Marcado para as 15h30, o show começou com alguns minutos de atraso. O público ainda começava chegar à praça, havia sol, mas o clima era agradável, tudo colaborando com a tarde de Virada. Os cinco rapazes do 5 A Seco subiram ao palco enquanto uma harmonia gravada ressoava. Antes de pegar os instrumentos eles começaram a cantar “Gargalhadas”, cada integrante cantando um trecho, como em um jogral. O que se viu a partir daí foi uma série de versos e harmonias milimetricamente adocicadas para encantar o coração de jovens universitárias que precisam de um som (pretensamente) cult para se apegar.

Os cinco integrantes do grupo são exímios multi-instrumentistas, se revezam entre seus instrumentos a todo momento. Mas o show, assim como o som da banda é de um bom mocismo entediante, algo como um Teatro Mágico sem máscaras. Até os fãs, que no início pareciam extasiados, no decorrer do show tiveram momentos de dispersão.

Nas melhores partes, a apresentação lembrou Lenine em seus momentos mais experimentais, nas piores (e predominantes) lembrou o já citado Teatro Mágico e Maria Gadú, com quem já tiveram parceria. O lucro da história toda foi eles não terem se atrevido a tocar a versão vergonha alheia de “Ai Se Eu Te Pego” que às vezes tocam em shows. Se quiser ver como é, clique AQUI, mas não diga que não avisei.

Marcelo Jeneci



Logo que cheguei na praça encontrei um amigo que me perguntou: “Que tipo de som esse Jeneci faz?”, respondi: “Alguém no twitter definiu como ‘Balão Mágico para adultos’ e o próprio Jeneci aprovou”. Esse mesmo amigo, agora, deve estar pensando que eu estava sacaneando ou não estava falando coisa com coisa. O motivo? O peso do show. A banda, composta por Richard Ribeiro na bateria, Régis Damasceno no baixo e Estevan Sinkovitz e Ricardo Prado nas guitarras ajudaram mostrar para o público da Virada um Jeneci roqueiro e intenso. Especialmente os dois guitarristas, que fazendo jus ao que o estereótipo sugeria (barbudos, tatuados, grandes), encheram o show de solos e sons pesados.


Jeneci entrou no palco com os olhos pintados, cabelo arrepiado e vestindo um poncho colorido (sim, precisei de uma consultoria de moda para saber que aquilo se chamava poncho). Além dele e da banda já citada havia a Laura Lavieri (aaaahhhh, Laura...[suspiros]). Mesmo com sua timidez indisfarçável, a cantora estava muito sexy em um vestido preto, curto, com as costas a mostra, além do fato de ser uma peça fundamental ao som do grupo com sua voz doce e ao mesmo tempo potente.


As duas primeiras músicas foram de arrepiar, “Tempestade Emocional” e o cover de “Astronauta”, de Roberto Carlos, apareceram intensas, longas, quase épicas. Foi positivamente surpreendente ver uma banda pilhada daquele jeito quando tudo o que se esperava era doçura e sutileza. Houve sim momentos mais líricos, especialmente nas duas músicas mais festejadas pelo público: “Felicidade” e “Pra Sonhar”. Nessa última, com um espetáculo a parte dos pássaros sobrevoando a praça, até a banda ficou um tempo parada olhando para o céu. Tudo isso somado ao sol, que se recolhia naquele momento, contribuiu para o clima bonito que imperava no local.


“Feito Pra Acabar” foi hipnotizante, talvez seja a música em que Jeneci tenha achado o equilíbrio exato entre beleza, intensidade e poesia, especialmente nessa versão ao vivo. Seria muito interessante se isso fosse uma pista dos caminhos que o som do cantor pode trilhar futuramente.

Se a apresentação começou densa e climática, terminou leve e festeira com “Pense Duas Vezes Antes De Esquecer” e “Show De Estrelas”. Jeneci encerrou o setlist dizendo que “valeu muito a pena vir de tão longe” e disse ainda para as pessoas irem mais à praça, caminhar, olhar os pássaros... provavelmente essas palavras vão se perder em meio a euforia do que o público acabara de presenciar, mas a sensação de ter visto um show para se guardar na memória... essa ainda deve perdurar, ao menos todas as vezes que qualquer um ali ver uma revoada de pássaros em um belo entardecer novamente.



Almir Sater


O fechamento da Virada Cultural Paulista ficou por conta do violeiro sul-mato-grossense Almir Sater, bem como a incumbência de fazer o “show família” dessa edição. Fazer as vezes de Moraes Moreira, Fafá de Belém e Luiz Melodia em edições anteriores do evento em Araçatuba. Quando o cantor e compositor subiu no palco encontrou a praça lotada, naquela altura a faixa etária ia, como diz minha avó, “de mamando a caducando”.

Além da viola de Sater, a banda enxuta conta com dois violões, baixo e acordeom. Após a primeira música, um tema instrumental, o show já seguiu com “Trem Do Pantanal”. O som saía cristalino das caixas, todas as nuances dos solos na viola, dos abafados nos violões, tudo era percebido com nitidez. Aqui cabe um elogio aos técnicos, os três shows da tarde estavam com o som impecável, diferente, por exemplo, da virada de 2011, quando Zeca Baleiro sofreu com a má qualidade do áudio

Que Almir Sater já entrou em campo com o jogo ganho é verdade, mas isso não foi motivo para qualquer descuido na apresentação, tudo fluía perfeitamente, quando as pessoas não cantavam junto, dançavam, ou apenas admiravam. A mistura sonora viajou da guarânia ao blues sem perder a identidade.  


Sem muito alarde, o que combina perfeitamente com a simplicidade do cantor, apareceram os primeiros acordes de “Tocando Em Frente”, sem sombra de dúvidas a música mais esperada de 90% do público presente. Mesmo depois de tanto tempo, a beleza dos versos continua intacta. A música terminou e o público permaneceu cantando. “Que bonito!” exclamou o cantor.

O cansaço começava a bater em quem já estava cruzando a sexta hora em pé, mas, em contraponto, o som que vinha do palco acalmava, trazia tranquilidade. E assim a Virada Cultural Paulista 2013 foi encerrada em Araçatuba, com o melhor clima possível. Sempre que uma nova edição termina fica aquele pensamento de como seria bom uma dessas pelo menos a cada três meses... mas já que temos que nos conformar, que venha a edição de 2014.

domingo, 12 de maio de 2013

Dia das mães - Playlist

Hoje é o dia delas. Essa playlist é uma homenagem (embora possa não parecer) a todas as mães. Músicas que falam sobre os mais variados relacionamentos que uma mãe poda ter com os filhos, seja esse contato bonito, saudoso, complicado, inexistente, macabro e por aí vai.

domingo, 28 de abril de 2013

Ana Cañas "quase ao vivo" em Birigui


Tudo começou algumas semanas antes do show. Coincidentemente, assim que foi anunciado no SESI-Birigui, o Marcelo Costa publicou no Scream & Yell algumas considerações sobre Volta, o disco de 2012 da Ana Cañas, que eu lamentavelmente tinha deixado passar. Fui, então, ouvir o trabalho, achei incrível, o equilíbrio exato entre a elegância do primeiro disco e a veia pop do segundo.

Até que chegou o dia do show. Pra quem não sabe, moro em Araçatuba, mais ou menos 10km distante de Birigui. O esquema de shows e peças no SESI é o seguinte: os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes do início da apresentação, ou seja, show marcado para 20h, retirada das entradas a partir das 19h.

Por conta da correria consegui chegar às 19h20 e não havia mais lugares entre os 250 que o teatro comporta (soube que tinha gente por lá desde às 17h30). Tive que me contentar com uma estrutura que o SESI montou ao lado do teatro, com um telão mostrando o show. A princípio foi uma broxada colossal, pra quem esperava ver a cantora com todo o intimismo que um show em teatro sugere, tive que me contentar com uma espécie de Live Stream do You Tube em tamanho maior.

Por conta de todo esse desencontro tive até dúvidas se escreveria algo sobre o show, com medo de soar como aquelas resenhas cheias de propriedade escritas por quem prestigiou um evento diretamente do sofá da sala. Mas mesmo com todas as adversidades acredito que a experiência vale ser destacada.


Aqui cabe um elogio a pessoa que operava a câmera destinada a transmitir as imagens para o telão. Mesmo com um único equipamento, o show foi transmitido com a sensibilidade de quem sabia o que se passava no palco. Movimentos espertos, atenção aos detalhes e closes generosos na bela cantora.

No palco, Ana Cañas já surgiu arrancando suspiros. Se o corpo estava coberto por um longo vestido preto que ia até os pés descalços, uma fenda destacava a pele branca, assim como o forte batom vermelho.

A primeira música, “Urubu Rei”, teve seu primeiro verso cantado à capela, para logo depois entrar uma guitarra ruidosa, tocada pela própria Ana Cañas. A voz saía límpida das caixas de som, a dinâmica ficava ainda mais evidente com o trabalho do competente power trio baixo-guitarra-bateria que acompanha a cantora.

O repertório foi composto quase que completamente por músicas do disco de 2012. Fugindo dessa regra, a terceira do show foi “Pra Você Guardei O Amor”, que alcançou grande sucesso com Nando Reis e participação da própria Ana Cañas. Na apresentação ela apareceu em uma versão com acento folk, contida nos versos e explosiva nos trechos instrumentais. Foi a primeira cantada em coro na noite.



Quando “Todas As Cores” e “Difícil” pareciam ter levado o show definitivamente para uma agradável leveza pop, a cantora foi para o canto do palco se posicionou quase que de costas para o público e cantou “No Quiero Tus Besos” e “Stormy Weather”, clássico do jazz cantado por Billie Holiday e vários outros artistas. Ali, depois da intensidade dessas duas músicas, ficou claro que no palco havia de fato uma entrega, não apenas mais uma cantora de MPB mais preocupada em ser cult-diva-descolada ou qualquer outro rótulo. Ressaltando, justificando e reforçando que tudo isso podia ser (e foi) notado por um telão a cerca de 10 metros de onde a cantora estava de fato.

Os momentos mais intensos no palco eram diametralmente opostos, além da parte mais intimista e dramática citada acima havia os momentos mais pesados, como no blues rock “Diabo” com um final caótico e dissonante e na versão surpreendente de “Rock’n Roll” do Led Zepellin (as duas também do Volta). Como citei essa semana no twitter, poucos artistas têm culhões para se arriscar em versões corajosas (e felizmente boas) de Led Zepellin e Bob Dylan (no primeiro disco ela regravou “Rainy Day Women #12 & 35”).

No repertório, além dos covers gravados em discos (“Stormy Wheater”, “Rock’n Roll”), ainda teve “Codinome Beija-Flor” e “Blues da Piedade” (Cazuza, essa última com direito a uma provocação ao deputado Marco Feliciano), “Metamorfose Ambulante” (Raul Seixas), “Escândalo” (Caetano Veloso, mas cantada por Ângela Ro Rô), “Mulher O Suficiente” (Alzira Espíndola, cantada por Tetê Espíndola), “Retrato Em Preto E Branco” (Chico Buarque e Tom Jobim) e “Com A Boca No Mundo” (Rita Lee). Todas muito bem executadas, mas fico pensando se valeu a pena  tocar 7 covers e deixar de fora do repertório ótimas músicas dos dois primeiros discos.

A única música além das do último disco e dos covers foi “Esconderijo”, do disco Hein?. Por muitos era a música mais esperada, foi tocada no bis, em clima de roda de violão, com coro da plateia, bonito. “Com A Boca No Mundo” fechou o show em alta, com peso e com direito a citação de “I Can´t Get No” no final.



Com o repertório definitivamente terminado, o que se via no palco era a figura esguia de Ana Cañas descabelada, com a maquiagem borrada, aparentemente exausta e feliz. A entrega, citada mais acima, era evidente. No Brasil, onde temos um histórico de cantoras como Elis Regina, Gal Costa e tempos depois Cássia Eller, que se acabavam no palco, expunham as entranhas em apresentações viscerais, ver a jovem e linda Ana Cañas é um grande alento. Ficou a certeza de que não foi apenas “uma apresentação em uma cidadezinha do interior”, e sim um SHOW, com letras maiúsculas e emoção a flor da pele, como todo show deve ou deveria ser, mesmo visto por uma tela a 10 metros do palco.

Fotos internas: Ana Araripe
Foto externa: Renata Santos


Setlist (se não me falha a memória)

01 - Urubu Rei
02 - Será Que Você Me Ama
03 - Pra Você Guardei O Amor
04 - Codinome Beija-Flor
05 - Todas As Cores
06 - Difícil
07 - No Quiero Tus Besos
08 - Stormy Weather
09 - L'Amour
10 - Rock'n Roll
11 - Escândalo
12 - Volta
13 - Diabo 
14 - Metamorfose Ambulante
15 - Blues Da Piedade
16 - Mulher O Suficiente

Bis

17 - Retrato Em Branco E Preto
18 - Esconderijo
19 - Com A Boca No Mundo

domingo, 31 de março de 2013

Primeiro de Abril

Uma listinha apressada e descompromissada de músicas em homenagem a esse dia tão, tão... sei lá, mentiroso? 




























A propósito, esse blog não será mais atualizado, já era.
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Primeiro de Abril, RÁ.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Oscar 2013 - Palpites e Torcida




Não costumo postar sobre cinema por aqui, mas hoje resolvi abrir uma exceção, já que essa foi uma das raríssimas vezes em que assisti todos os indicados a melhor filme antes da cerimônia do Oscar e vi muitos outros que disputam as categorias em geral.

Segue abaixo uma lista com algumas categorias do prêmio, os meus palpites de ganhadores (que sempre correm o risco de estarem completamente equivocados) e os que eu gostaria que ganhassem.




Melhor Filme

"Indomável sonhadora"
"O lado bom da vida"
"A hora mais escura"
"Lincoln"
"Os Miseráveis"
"As aventuras de Pi"
"Amor"
"Django livre"
"Argo"

Palpite: Argo ou Lincoln

Quem eu gostaria que ganhasse: As Aventuras de Pi

Apesar da academia não ter indicado o Ben Affleck como melhor diretor, acredito que Argo pode levar a estatueta de melhor filme, é um tipo de história que a premiação gosta e pode servir como “um agrado’ ao diretor, que conquistou vários prêmios por aí, mas de fato é um bom filme, não meu favorito, mas não seria injusto se vencesse. Lincoln é aquele estilo classicão que o Oscar adora, tudo somado ao prestígio de Steven Spielberg e atuações sensacionais. Mas, no geral, o filme é monótono e cheio de clichês. As Aventuras de Pi tem, além do visual chapante, uma história bonita e conduzida com uma delicadeza que equilibra com maestria o universo fantasioso de uma aventura no mar com a questão da fé, que é o fio condutor da história, sem contar o ótimo final.



Diretor 
Michael Haneke ("Amor")
Benh Zeitlin ("Indomável sonhadora")
Ang Lee ("As aventuras de Pi")
Steven Spielberg ("Lincoln")
David O. Russell ("O lado bom da vida)

Palpite: Steven Spielberg

Quem eu gostaria que ganhasse: Ang Lee
Sem Ben Affleck e Kathryn Bigelow na disputa, Spielberg deve levar fácil, mas dos 5 é o que eu menos gostaria, fecho com Ang Lee.



Ator

Daniel Day-Lewis ("Lincoln")
Denzel Washington ("Voo")
Hugh Jackman ("Os miseráveis")
Bradley Cooper ("O lado bom da vida")
Joaquin Phoenix ("O mestre")

Palpite: Daniel Day-Lewis

Quem eu gostaria que ganhasse: Joaquin Phoenix

Essa é barbada. Daniel Day-Lewis adquiriu com o tempo um status quase imbatível, ainda mais representando uma personalidade americana do calibre de Abraham Lincoln. De fato Day-Lewis é incrível e está ótimo no papel, mas eu ficaria com a insanidade de Joaquin Phoenix em O Mestre, que interpretou brilhantemente um dos personagens mais complexos e asquerosos da sua carreira.



Atriz 

Naomi Watts ("O impossível")
Jessica Chastain ("A hora mais escura")
Jennifer Lawrence ("O lado bom da vida")
Emmanuelle Riva ("Amor")
Quvenzhané Wallis ("Indomável sonhadora")

Palpite: Jessica Chastain

Quem eu gostaria que ganhasse: Emmanuelle Riva

Jessica Chastain está muito bem em A Hora Mais Escura, mas Emmanuelle Riva, com seus 85 anos, está hipnotizante em Amor. Só com o olhar ela é capaz de mover montanhas.



Ator Coadjuvante 

Christoph Waltz ("Django livre")
Philip Seymour-Hoffman ("O mestre")
Robert De Niro ("O lado bom da vida")
Tommy Lee Jones ("Lincoln")
Alan Arkin ("Argo")

Palpite: Tommy Lee Jones

Quem eu gostaria que ganhasse: Philip Seymour-Hoffman

Acredito que essa seja a categoria mais acirrada dessa edição do Oscar. Cinco pesos pesados em atuações inspiradíssimas. Nenhum que ganhar será injusto, mas Philip Seymour-Hoffman consegue ser ao mesmo tempo assustador e acolhedor como o mentor religioso de O Mestre. Brilhante.



Atriz Coadjuvante 

Sally Field ("Lincoln")
Anne Hathaway ("Os miseráveis")
Jacki Weaver ("O lado bom da vida")
Helen Hunt ("The sessions")
Amy Adams ("O mestre")

Palpite: Anne Hathaway

Quem eu gostaria que ganhasse: Amy Adams

Anne Hathaway é a atriz queridinha da América e venceu o Globo de Ouro, então, a lógica deve se cumprir. Mas, para mim, não cola. Já não bastasse Os Miseráveis ser um chatice incalculável, Hattaway é só caras e bocas e muito melodrama. Enquanto Amy Adams interpreta o par ideal para o personagem de Philip Symour-Hoffman em O Mestre, amável, solidária e dominadora.