segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rock In Rio. Eu vou?


Texto originalmente publicado no Portal Iradio

“O Brasil, definitivamente, entrou na rota dos grandes shows internacionais”. Difícil calcular há quanto tempo essa frase é ventilada por boa parte da crítica e dos entusiastas do segmento. Independente do status que a afirmação carrega, o fato é que, nos últimos anos o número de bandas gringas se apresentando em terras tupiniquins aumentou muito. Tanto em apresentações isoladas quanto em festivais.



O bem sucedido Planeta Terra, de São Paulo, realiza em 2011 a quinta edição. O Natura Nós, também em São Paulo, vai se concretizando já com a terceira edição realizada neste ano. Em 2010 o Brasil viu nascer o SWU (Starts With You), proposta bastante ambiciosa de um festival unindo shows e um movimento sustentável, em Itu/SP. Em 2011, além dos três citados (Natura já aconteceu, Terra acontece em novembro, SWU também em novembro, mas dessa vez em Paulínia/SP), os brasileiros vão se deparar com um velho conhecido, o Rock in Rio.

Depois de três edições no Rio de Janeiro, quatro em Lisboa (Portugal) e duas em Madrid (Espanha), o festival idealizado e organizado pelo empresário Roberto Medina volta à sua terra natal com sete dias de shows: 23, 24, 25, 29 e 30 de Setembro e 1 e 2 de outubro.

Um dos pontos de maior discussão sobre os festivais brasileiros, e provavelmente nos estrangeiros também, é o line-up, ou seja, a escalação de bandas e artistas que vão se apresentar. O Natura Nós, em linhas gerais mescla música brasileira (Vanessa da Mata, Arnaldo Antunes, Céu, Karina Buhr) com artistas internacionais tidos como, digamos, pop refinado (Jack Jonhson, Air, Jamiroquai, Jamie Cullum). Já o Planeta Terra tem como base estrutural o indie (Pavement, Sonic Youth, Phoenix, Kaiser Chiefs), mas tem espaço para momentos nostálgicos do rock (Smashing Pumpkins, The Jesus And Mary Chains, Iggy And The Stooges) e aspirações pop (Lily Allen, Mika).

O SWU, com apenas uma edição realizada e com o line-up 2011 começando a se desenhar, acaba se tornando um misto de tendências, até por ser maior do que os outros citados, contando com pop (Joss Stone, Linkin Park), rock (Rage Against The Machine, Queens Of The Stone Age), indie (Yo La Tengo, The Apples In Stereo) e shows mais intimistas (Josh Rouse, Regina Spektor).

Na última semana o Rock In Rio 2011 definiu sua grade de shows completa. O Palco Sunset tem uma proposta interessante de fazer parcerias entre bandas e artistas nacionais e alguns internacionais, promete algumas boas surpresas. Terão também a tenda Eletrônica e o palco Rocktreet. Mas o que essa coluna se presta a comentar hoje é o Palco Mundo, onde as maiores atrações do evento vão se apresentar.


Sexta-feira 23/09 – Paralamas do Sucesso junto com Titãs é bastante condizente com o festival. Por mais que as duas bandas estejam em uma fase decadente, são representantes do rock nacional mais clássico. Vale lembrar que os Paralamas fizeram uma apresentação histórica no início da carreira, no Rock in Rio de 1985. O show de 2011 contará com participação de Milton Nascimento, mas o que assusta é Maria Gadú e Orquestra Sinfônica Brasileira perdidos nisso tudo. O dia que parecia de rock muda bruscamente para o pop com Cláudia Leitte, Katy Perry e Rihanna. Essas duas últimas devem levar grande público ao evento, e há chances de grandes performances. Para fechar a noite, Elton John, soando deslocado na programação, mas provavelmente será o melhor show da noite, musicalmente falando.


Sábado 24/09 – Um dia de rock, por mais que ele comece capenga com o NX Zero e continue sem muita expressão com o Stone Sour. Capital Inicial, para manter a aura do rock nacional viva, para o bem ou pra o mal. Snow Patrol, que se apresentou em 2010 no Natura Nós, e por fim, Red Hot Chili Pepers. As expectativas para o show dos caras é grande. Vão estar com disco novo na praça, os brasileiros vão poder conhecer o novo guitarrista, Josh Klinghoffer, e a banda vai poder se redimir do show anêmico do Rock In Rio 2001, um dos mais esperados e mais decepcionantes.


Domingo 25/09 – O dia do metal. Para manter o começo frouxo do dia anterior a primeira banda é o Glória, em seguida Coheed And Cambria, ainda com os motores em aquecimento. A partir daí a paulada começa. Motorhead, Slipknot e Metallica. Tirando o Slipknot e toda sua pose “olha como sou do mal”, as outras duas bandas já valem o ingresso.


Quinta-feira 29/09 – O dia extra do festival retoma a aura pop da abertura, mas com um certo refinamento. Orquestra Sinfônica Brasileira volta ao palco, dessa vez para tocar Legião Urbana com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Janelle Monáe e Jamiroquai abrem espaço pra o pop mais apurado (mais no caso da Janelle Monáe), enquanto Kesha o escancara novamente. Para fechar a noite, soando um pouco deslocado, assim como Elton John no primeiro dia, o grande Stevie Wonder.


Sexta-feira 30/09 – Mais um dia pop (outro?!). Começando verde e amarelo com Marcelo D2, Jota Quest e Ivete Sangalo, até que o line-up joga um balde de água fria na micareta com o sumido (e sem graça) Lenny Kravitz e termina com o requebrado hipnotizante de Shakira, pena que os marmanjos certamente não irão aguentar toda a programação do dia para babar nas curvas da moça.


Sábado 01/10 – Quando o show mais esperado em um dia predominantemente rock é de um rapper, algo está errado. Abrem a noite Frejat e depois Skank. Em seguida Maná (alguém lembra deles?). Jay-Z vem com a fama de fazer grandes shows. No fim da noite, Coldplay, com a chance de ser ofuscado pela atração anterior.



Domingo 02/10 – No último dia o foco é o rock. Detonautas, Pitty, Evanescence no início. O final, com expectativas de insanidade coletiva, tem o aguardado System Of a Down e Guns n’Roses. Este último fez um dos shows mais comentados do Rock in Rio 2001, marcando a volta da banda aos palcos depois de um longo hiato.

Resumindo, 3 dias voltados para o rock, 3 para o rock e 1 para o metal. Nenhuma atração é muito surpreendente. Alguns bons nomes, mas com passagens recentes pelo país como Metallica e Motorhead. Vale citar Stevie Wonder e Elton John como uma boa lembrança a um som mais clássico, Jay-Z pelo inusitado e Red Hot Chili Pepers pelo disco e guitarrista novo.

De toda forma, é bom saber que, enfim, o festival voltou ao Brasil, mas por outro lado, se pensarmos que na última edição em terras brasileira tivemos Neil Young, R.E.M., Foo Fighters, Oasis e tantos outros, bate um desânimo…

segunda-feira, 18 de julho de 2011

2011: o incrível ano em que o rock nacional sumiu


Texto originalmente publicado no Portal Iradio

Os anos 90 e 00 tiveram uma característica em comum no cenário rock mundial, ambas as décadas começaram com uma espécie de “movimento”, constituído de bandas não muito semelhantes entre si, mas que acabavam entrando, por um motivo ou por outro, no mesmo caldeirão. E com o decorrer dos anos os rótulos iam se desintegrando até que tudo se bagunçava para o início da década seguinte. 




Talvez movimento não seja a palavra, trata-se na verdade de um subgênero dentro do rock, esse foi o caso do grunge nos anos 90, com Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains, Soundgarden etc. Nos anos 00 esse agrupamento não teve um rótulo forte (forte?!) como o grunge, mas Strokes, Franz Ferdinand, Kings Of Leon, The Killers, Bloc Party entre outros eram frequentemente chamados de bandas do “Novo Rock”.

É claro que essa é uma análise simplista, pois a década de 90, por exemplo, não se resumiu às bandas grunge. O estouro do Nirvana trouxe consigo vários grupos de rock alternativo, que antes não tinham a menor visibilidade. Em meio a tudo isso teve o Radiohead, que começou sutil, mas tomou proporções enormes. E antes da fase Kid-A, arrebanhou dezenas de bandas com sonoridade similar. Isso tudo sem falar no Britpop. 

No Brasil, o tempo do rock segue de maneira mais descompassada, o grunge não pegou por aqui, o novo rock iniciado em 2001 com o Strokes também não. Ao invés disso, nesses 20 anos (90/00) tivemos, inicialmente, os medalhões do rock nacional, advindos dos anos 80, como Paralamas do Sucesso, Ira!, Ultraje a Rigor, Capital Inicial. O Mangue Beat de Chico Science e Nação Zumbi e Mundo Livre S.A. que apesar da grande importância para a música, nunca obteve maiores resultados comerciais. Bandas assumidamente pop e com apelo comercial forte (Skank, Jota Quest), e aberrações comercialmente bem sucedidas como Charlie Brown Jr., Detonautas e Tihuana. Ainda tivemos Raimundos, Planet Hemp e Mamonas Assassinas. 


Com a crise do mercado fonográfico, uso da internet como plataforma efetiva de divulgação, e ainda com a relativa facilidade atual de se conseguir gravar músicas em estúdio (ou home studio) com resultados satisfatórios, as bandas independentes brasileiras conseguiram maior visibilidade e seguem produzindo o que há de melhor atualmente no rock nacional. Importante citar o Los Hermanos, que com o segundo disco, Bloco Do Eu Sozinho (2001), mostrou para muitas bandas do underground que era possível fazer o som que desejavam, cantado em português. 

No mainstream do rock (ou pop rock) brazuca, o CPM 22 “plantou” o NX Zero que originou o Restart. Depois do sucesso do emocore, com o já citado NX Zero e o Fresno, quem dá as cartas agora é o Happy Rock, ou os coloridos como Restart, Cine e Hori (que já acabou para Fiuk seguir carreira solo). A banda colorida mais bem sucedida comercialmente é o Restart, que apesar de vender bem, tem o público composto essencialmente por adolescentes e crianças, a ponto de até o consumidor médio de música no Brasil (que ouve Ivete Sangalo, Luan Santana, Vítor e Léo, Jota Quest…) ter preconceito com o som deles. Resumindo: hoje não existem bandas de pop rock nacional adultas que sejam realmente sucesso. 

Apenas para ilustrar. Aqui em Araçatuba/SP, de onde esta coluna é escrita, 490km da capital, vai chegando ao fim a Expô Araçatuba, exposição agropecuária que conta com 10 dias de shows. Obviamente duplas sertanejas predominam na programação, é compreensível. Mas como o público é diverso, a grade de shows se presta a diversidade também, sobrando espaço até para bandas de rock, ou quase isso. Em 2006 tocaram Barão Vermelho, CPM 22 e Pitty. Em 2007, Jota Quest, Capital Inicial. 2008, NX Zero. 2009, Jota Quest, Capital Inicial e, vá lá, Roupa Nova. 2010, Roupa Nova e Hori. Agora em 2011 o representante do rock’n roll é… não há. Ok, o Oficina G3 é rock, mas acaba entrando na categoria “religiosos”. É preconceito dos organizadores com o rock’n roll? Não. Eles querem público e hoje não há uma banda de rock popular a esse ponto. 

Já passamos um semestre dessa nova década e até agora não há sinais de algo interessante no rock nacional mainstream e nem de bandas independentes conseguindo maior visibilidade. Pelo contrário, o Superguidis, banda independente gaúcha da melhor qualidade, anunciou seu fim recentemente. Ou seja, bandas que deveriam estar tocando nas rádios e fazendo a cabeça da juventude estão terminando. 

O que resta é continuar acompanhando o bom trabalho de várias bandas do underground, apoiar e torcer para que isso, no Brasil, não seja o triste fim desse negócio chamado rock’n roll.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Superguidis 2002 - 2011


texto originalmente publicado no Scream & Yell


“A @Superguidis informa que encerra suas atividades, por interesses pessoais que conflitavam com os da banda.” Foi com esse tweet, do dia 23 de junho de 2011, que a Superguidis, uma das melhores bandas de sua geração, anunciou o fim dos trabalhos.

Em 2006, a revista Bizz, em uma de suas voltas, dessa vez sob o comando de Ricardo Alexandre, publicou uma espécie de guia intitulado: “13 Nomes Que Realmente Importam No Novo Rock”. Eram 10 internacionais e 3 brasileiros. Dos gringos, o único que realmente vingou e se tornou “grande” foi o Arctic Monkeys. Alguns tiveram seus momentos e continuam na ativa, como Wolfmother, Guillemots, We Are Scientists, Clap Your Hands Say Yeah e Hard-Fi, outros não tiveram muita visibilidade nem na época, como Hal, Los Alamos e Stephen McBean, por exemplo.

Entre os brasileiros, o Moptop foi bastante incensado naquele contexto, mas teve uma incursão não muito bem sucedida no mundo das grandes gravadoras. Com dois discos gravados, continua em atividade. O Supercordas manteve-se no underground e sustenta ainda um grande número de admiradores enquanto prepara um aguardado segundo disco. O último nome era de um tal de Superguidis, grupo gaúcho de Guaíba/Porto Alegre.

O texto da Bizz recomendava as músicas “Malevolosidade” e “Discos Arranhandos”. Na descrição dizia que o grupo era como uma mistura de Foo Fighters, Guided By Voices e Los Hermanos. Ouvindo “Malevolosidade” e pensando em um misto do lado mais power pop dos barbudos (“Cara Estranho”, por exemplo) com alguma guitarreira grudenta de Dave Grohl, até fazia sentido. Bastava, no entanto, ouvir o disco de estreia inteiro para ver que a língua falada ali tendia muito mais para o Guided By Voices.

Guitarras hora furiosas, hora dissonantes contornavam letras de temática adolescente cantadas com tanto potencial melódico que, ainda hoje, são difíceis de esquecer. Andrio Maquenzi (voz e guitarra), Lucas Pocamacha (guitarra), Diogo Macueidi (baixo) e Marco Pecker (bateria) traziam para língua portuguesa, sem perdas no percurso, um universo dos anos 90 povoado por Pavement, o já citado Guided By Voices, Yo La Tengo e outras bandas.

As letras do primeiro disco, auto-intitulado, são curtas e tratam de assuntos cotidianos de forma despojada, beirando o cafona: “olha o que eu trouxe pra enfeitar / maravilhosamente o seu lar/ paguei baratinho no mercado / e to pensando em colocar no quarto ao lado”, cantam em “Spiral Arco-Iris”.

No segundo álbum, “A Amarga Sinfonia do Superstar”, as guitarras aparecem mais encorpadas e a voz de Andrio potente como nunca. As letras ganham um tom levemente mais sério, o que desagradou uma parte da crítica. Disseram que a banda perdeu o frescor do debute e “amadureceu” demais. Embora o disco tenha realmente uma atmosfera mais melancólica, não é difícil encontrar lampejos do despojamento de antes nas letras: “Pra não estressar/ não esbranquecer os cabelos / e depender a vida toda de Wellaton”, dia a letra de “Apenas Leia”.

A música “Os Erros Que Ainda Irei Cometer” traz um verso que simboliza bem a forma como o grupo foi, de fato, amadurecendo, mas sem perder a aura jovial do início: “Pelos becos amontoados de silêncio / penso nos dias que ainda tenho pra viver / bicicletas aro 15, tênis com cheiro de chiclete / são o bastante pra me lembrar desses anos que voam sem parar”. Coincidentemente, ou não, várias músicas do disco resvalam na temática do passar do tempo, da nostalgia. A festeira “Riffs”, resgatada do início da carreira, surge como faixa escondida e funciona como um “não se desespere, ainda somos os mesmos”.


No terceiro álbum, novamente homônimo (mas conhecido por “3”), lançado em 2010, o início com a balada acústica “Roger Waters” choca. Mas por pouco tempo. Após 2 minutos e 11 segundos “Não Fosse O Bom Humor” traz possivelmente as guitarras mais altas da carreira dos gaúchos. O contraste das duas primeiras músicas dita a tônica do disco: guitarras altas e um mergulho ainda mais profundo na melancolia iniciada no trabalho anterior. O que aponta “A Amarga Sinfonia Do Superstar” como um disco de transição. Em 2010 a banda se mostra equilibrada, segura de si e, por que não, madura.

“Visão Além Do Alcance”, “Roger Waters” e “Aos Meus Amigos” trazem violinos. “As Camisetas” começa com ritmo truncado e cai no refrão que evoca comédias românticas pop: “Por que será que sempre chove toda vez que alguém te abandona?”. “Quando Se É Vidraça” e “Fã-Clube Adolescente” são mais rápidas e agitadas, ou como os próprios guidis definem: são “pau dentro”. “De Mudança”, do meio em diante, é Alice In Chains puro. “Casablanca” retoma o vigor enquanto “Nova Completa” traz altas doses de melancolia, mas nada comparado a “O Usual” com seu refrão corta-pulso: “De repente o medo de morrer sozinho me incomoda mais que o usual”.

A última música do disco, “Aos Meus Amigos”, não só resume o álbum, mas traz elementos presentes por toda a carreira da banda. Versos que remetem ao primeiro trabalho: “E a simplicidade de quem tem / um par de tênis furado”; a melancolia introduzida em “A Amarga Sinfonia do Superstar”; e a fusão entre guitarras e arranjos de cordas do terceiro. Tudo isso sem contar o belo refrão, outra marca do grupo. Uma maneira bonita, mesmo que inconsciente, de encerrar as atividades.

A Superguidis conseguiu captar como poucos o espírito adolescente em três discos. Para alguns, refletiram uma aura já não existente, saudosista. Mas é preferível pensar que eles traduziram o sentimento que poderia ser vigente na juventude atual. Um último EP, “EPílogo”, foi colocado para download gratuito na Trama Virtual com versões demo e ao vivo de faixas que iriam compor um novo lançamento do grupo, mas que ficaram pelo caminho atropelados pela incerteza do cenário independente.

Em entrevista à revista Rolling Stone, Andrio Maquenzi disse que a decisão pelo fim da banda foi tomada sem atritos. “Foi tudo muito tranqüilo. Somos, acima de tudo, brothers, amigos de longa data. O que aconteceu foi que cada um tem outros projetos pessoais e profissionais que estavam conflitando com os da banda”. Disse ainda que irá continuar com projetos musicais de antes como o Medialunas (com Liege Milk, do Loomer e Hangovers) e o Worldengine.

Andrio Maquenzi, Lucas Pocamacha, Diogo Macueidi e Marco Pecker deixam como legado os três ótimos discos, lançados entre 2006 e 2010, e a insatisfação em saber que bandas tão legais nascem e morrem no underground, tornando-se marcantes para alguns, mas desconhecida para tantos outros. É preciso repensar um cenário que não consegue comportar bandas como a Superguidis e tantas outras com enorme potencial para conquistar um grande público, mas que saem de cena sem o merecido sucesso. Se uma banda é reconhecidamente boa, lança grandes discos e faz ótimos shows, por que ela não consegue sobreviver fazendo música no Brasil? A culpa é do artista ou do cenário? Vale pensar nisso. E ouvir as músicas novas da Superguidis. Eles ainda tinham muita lenha pra queimar…