terça-feira, 25 de maio de 2010

Impressões sobre a Virada Cultural em Araçatuba

Acompanhei 5 atrações na Virada Cultural em Araçatuba: Beatles 4 Ever (parcialmente), As Noivas de Nelson, Badi Assad, Multiplex (parcialmente) e La Putanesca. Ou seja, consegui cumprir o roteiro descrito no post anterior. Seguem minhas impressões.


Beatles 4 Ever


Bealtes 4 Ever na Praça Getúlio Vargas

Como citei acima, acompanhei parcialmente o show da banda cover dos Beatles, creio que ví umas 10 músicas. A caracterização é bastante cuidadosa, com direito a cortes de cabelo (ou perucas, não sei) e instrumentos semelhantes aos originais, inclusive o baixista também era canhoto, como o Paul McCartney. Tanto o repertório quanto o visual era inspirado, principalmente, na fase inicial dos Beatles, o período especialmente ie ie ie dos caras.

Covers dos Beatles brotam da terra como pragas, o que, consequentemente, aumenta a cobrança da audiência, e no caso do Beatles 4 Ever não houve um diferencial convincente. A animação e as conversas entre os integrantes (que se referiam um ao outro com o nome dos Fab four originais) seguiam em marcha lenta e recheada de frases feitas: "quero ver vocês dançarem muito agora", antes de tocar Twist and Shout em um andamento lentíssimo.
A apresentação serviu mais para os curiosos, sempre presentes em grande número em eventos como esse, porque para fãs do quarteto de Liverpool foi apenas mais do mesmo.


As Noivas de Nelson


Grupo Cia. Paulista de Artes

A peça, baseada em 5 contos de Nelson Rodrigues, lotou o Teatro da UNIP, o que acredito que tenha contribuído para o atraso de cerca de 30 minutos para o início. O bom elenco e a força do texto garantiram a apresentação. Embora a montagem tenha dado um pouco mais de ênfase ao lado caricato, em detrimento da "podridão" característica das histórias de Nelson Rodrigues, o equilíbrio não foi prejudicado seriamente e o resultado foi muito bom.


Badi Assad


A cantora envolveu o numeroso público

Com a programação já atrasada, Badi demorou a subir no palco do Teatro da UNIP, novamente lotado. O show foi apenas voz e violão, mas não pense no esquemão barzinho, longe disso. O repertório, de músicas autorais e covers, é repleto de descontruções e experimentalismo. Talvez os únicos momentos mais humm... acessíveis, foram na versão de "A Primeira Vista", de Chico Cézar, popularizada com Daniela Mercury, e em duas canções feitas para a filha da cantora, momento em que conseguiu boa interação com o público, apostando na letra infantil contrastando com harmonias dissonantes, me lembrou "Ciranda da Bailarina" na essência.

A técnica de percussão vocal feita simultaneamente a vocalizações impressionou, e tudo isso amparado por harmonias complexas que muitas vezes emulavam o som de dois violões ao mesmo tempo, sei que há um nome para essa técnica, só não me recordo agora.

Ainda teve no repertório uma versão de "Sweet Dreams" do Eurythmics, insana e bonita, com malabarismo vocais impressionantes e belos no final. "Zoar" outra parceria com Chico Cézar também foi um ponto alto da apresentação. No final, antes do bis, "Vacilão", de Zeca Pagodinho, que a cantora caracterizou como um "pagoblues", fez bonito também.

Resumindo, um belo show que manteve um teatro lotado em absoluto silêncio, coisa rara por essas bandas.


Multiplex


A banda certa no lugar errado
Uma grande bola fora da organização, não que a banda (pegada eletro-glam-rock) seja ruim, mas o repertório, extremamente dançante, não teve absolutamente nenhum sentido no ambiente do teatro. Cheguei a pensar que pudesse dar certo com uma eletrônica mais, digamos, contemplativa, mas o tipo de som dos caras é pancadão pra pular mesmo.

A cena chegava a ser patética, o vocalista, afetadíssimo, até um pouco fake, rolando no chão e pulando desengonçado diante de uma plateia estática, sentada, sem entender bulhufas do que acontecia no palco. E para piorar, o som, composto por baixo, guitarra e programações eletrônicas ativadas pelo baixista em um notebook no início de cada música, estava muito embolado, dificultando até o entendimento das letras, que talvez pudessem ser o único atrativo diante da impossibilidade de dançar.

O único espaço em Araçatuba que talvez pudesse comportar esse show seria o Pub Rock Beer, porque em local aberto não sei se teria efeito também.


La Putanesca, Baixarias de Alto Nível - Ângela Dip

Certamente uma das atrações mais concorridas da Virada Cultural em Araçatuba. A fila era absurdamente grande, lembrando que eram duas da manhã e o frio castigava os desagasalhados. Dizem que quanto maior a árvore maior o tombo, aqui se aplica bem. O Stand Up Comedy, que basicamente falava de sexualidade e situações do universo feminino, começou bem, com humor ácido, piadas de humor negro e tiradas "mal-humoradas" certeiras, mas passados os 15 minutos iniciais a coisa desandou.

Piadas curtas e infâmes se sucediam frenéticamente sem nada que fugisse do óbvio, isso sem contar nos enfadonhos jogos de palavras como: "se eu subir no morro eu morro". Muitas pessoas saíram antes do fim da apresentação, o que para um show de humor convencional, sem estratégias mais ousadas, é um grande problema.

Tudo isso culminou no encerramente estranho e até constrangedor, em que a atriz agradeceu, se despediu e disse que ainda faltava 5 minutos para cumprir o contrato do evento, então se alguém tivesse alguma pergunta podia fazer. Em meio a alguns "qual é o seu telefone?" e "pra que time você torce?" eu deixei o teatro. Cansado e avaliando que realmente Badi Assad e As Noivas de Nelson foram as grandes atrções da noite.


Obs1: Devido aos atrasos, nem passei perto do show do Vivendo do Ócio e da Sandra de Sá, me disseram que a cantora deu pití por causa do som, alguém me explica como foi? e alguém foi no Vivendo do Ócio? como foi o show?

Obs2: La Putanesca foi tão chato que esqueci de fotografar.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Minha programação para a Virada Cultural em Araçatuba

Amanhã tem início a Virada Cultural Paulista 2010. Para quem ainda não conhece, é um projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo que promove 24 horas de atividades culturais em diversas cidades do interior paulista, além da própria capital, onde a Virada aconteceu na semana passada.

Não estou mais em Araçatuba, como nos anos anteriores, mas ainda assim é a cidade mais próxima para eu conferir as atrações. Este ano Araçatuba não tráz nada que realmente me empolgue, diferente dos anos anteriores (Vanguart, Cachorro Grande), mas ainda assim, montei meu roteiro, sujeito a alterações de última hora, claro.

Ah, como não tenho mais morada na cidade, só irei no sábado, mas também nada do domingo me interessou.

Segue meu roteiro:


Beatles 4 Ever (Música)

Horário: 19h30
Local: Palco Externo - Praça Getúlio Vargas



"No espetáculo, a banda cover dos Beatles traz de volta a magia da banda de rock de maior sucesso de todos os tempos. Os integrantes se caracterizam com figurinos e adereços de acordo com cada fase apresentada, utilizando instrumentos musicais de época, idênticos aos do quarteto mais famoso de Liverpool. No repertório, clássicos como Yellow Submarine, She loves you e Help!"

Não sei se presta, mas Beatles é sempre bom. A descrição não revela muita coisa, veremos


As Noivas de Nelson (Teatro)

Horário: 20h30
Local: Teatro da UNIP



"O espetáculo é baseado em cinco contos do dramaturgo Nelson Rodrigues: “Excesso de Trabalho”, “Delicado”, “O Sacrilégio”, “O Pastelzinho” e “Feia Demais”. Um humor cáustico, corrosivo e, ao mesmo tempo, humano, traça os encontros e desencontros das pessoas à procura da alma gêmea. A estranha e constante relação entre amor e morte é elemento fundamental desta ficção."

A sinopse me chamou atenção, no site do grupo tem mais informações. A peça foi bastante premiada e elogiada. Boas expectativas.



Obs1: As 21h tem Rádio 84 (banda com repertório anos 80) na Praça Getúlio Vargas e DJ Hum e Tio Fresh no Pub Rock Beer, mas acho que vou tirar esse período para comer alguma coisa.


Badi Assad (Música)

Horário: 22h30
Local: Teatro da UNIP



"Nos palcos, a brasileira Badi Assad revela-se uma das artistas mais completas e virtuosas do momento. Com o encanto de uma diva, ela canta, dança, toca violão e transforma o próprio corpo em percussão – tudo ao mesmo tempo! Com mais de oito CDs lançados pelo mundo, Badi também já foi eleita uma das melhores violonistas do planeta pela revista americana Guitar Player"

Badi tem DVD novo na praça, o que deve ditar o repertório. Estou bastante curioso para essa apresentação. O pouco que já vi dela, gostei bastante.



Obs2: Aqui tenho um dilema. Provavelmente vou no show da Badi Assad mesmo, mas estou tentado à apresentação do Vivendo do Ócio, no mesmo horário. O calor do momento vai decidir realmente.

Obs3: A Paty (minha namorada) ta querendo dar uma conferida na Sandra de Sá, meia noite, na Praça Getúlio Vargas. O horário ta sem concorrência mesmo, talvez role.



Multiplex (Música)

Horário: 0h30
Local: Teatro da UNIP



"A multiplicidade de influências marca o som da banda, formada em 2003 por Leandro Cunha e Bruno Palazzo. Apesar das letras em português e algumas referências nacionais, os músicos fazem rock moldado em fôrma estrangeira, partindo dos anos 70 e chegando à modernidade dos dias atuais"

Não conhecia a banda, olhando o myspace deles achei o som, eletro-glam-rock, interessante. Ao vivo no teatro vai ser no mínimo curioso.


La Putanesca, Baixarias de Alto Nível - Ângela Dip (Teatro)

Horário: 2h
Local: Teatro da UNIP



"Nesta comédia stand-up, Angela Dip faz reflexões rasteiras e inacabadas sobre sexo e comida. Com texto descontraído, a atriz diverte a plateia comentando fatos do cotidiano feminino, sempre com muito humor e elegância"

Acho interessantes os personagens dela na terça-insana, vamos ver se aguento ficar acordado, acho que sim.
*As fotos e sinopses são do site da Virada Cultural Paulista 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

30 anos sem Ian Curtis

Engrossando o tributo do Matias ao Ian Curtis, que há 3o anos deixou esse mundo, mais vídeos de outros artistas homenageando Joy Division.


New Order - Love Will Tear Us Apart




Nine Inch Nails - Atmosphere




Arcade Fire e U2 - Love Will Tear Us Apart




The Wombats - Let's Dance To Joy Division (Essa pode também né?)

Muse com os vampirinhos, de novo

Depois de ceder Supermassive Black Hole para a trilha sonora do filme Crepúsculo, e um remix de I Belong To You para o Lua Nova, o Muse marca presença também em Eclipse, terceira parte da saga. A música é a inédita Neutron Star Collision (Love Is Forever).

É, acho que o Muse não tem mais jeito mesmo, poderiam muito bem ter parado no Absolution (2003), o melhor deles. Confira mais um exemplar de pop/progressivo/megalomaníaco da banda.





No restante, a trilha do filme segue a tendência dos episódios anteriores, trazendo grandes nomes do rock atual. Considerando o atual "time" escalado, fica um pouco atrás do Lua Nova, que tinha Thom Yorke, Killers, Death Cab For Cutie e outros.

Eis o tracklist, versão brasileira, da trilha de Eclipse, que será lançada em 8 de junho (deve vazar antes, claro). Atenção para a última música, não é piada.

1. Metric - Eclipse (All Yours)
2. Muse - Neutron Star Collision (Love Is Forever)
3. The Bravery - Ours
4. Florence + The Machine - Heavy In Your Arms
5. Sia - My Love
6. Fanfarlo - Atlas
7. The Black Keys - Chop And Change
8. The Dead Weather - Rolling In On A Burning Tire
9. Beck and Bat For Lashes - Let's Get Lost
10. Vampire Weekend - Jonathan Low
11. UNKLE - With You In My Head (Feat. The Black Angels)
12. Eastern Conference Champions - A Million Miles An Hour
13. Band of Horses - Life On Earth
14. Cee Lo Green - What Part of Forever
15. Howard Shore - Jacob’s Theme
16. HORI - Eterno Pra Você