sábado, 15 de novembro de 2008

Curto e Grosso: Skank e Oasis


Banda: Skank
Álbum: Estandarte
Produtor: Dudu Marote
Filho de: Beatles com Mano Negra com Supergrass com o próprio Skank
Retrospecto: A banda vem desde o começo da carreira passando por mutações, sempre surpreendendo. Após o dancehall dos primeiros álbuns, passaram por um processo de "beatlelização" que culminou no grandioso e experimental Cosmotron (2003). Em Carrossel (2006), buscaram uma sonoridade menos rebuscada, com influências de folk. Agora em Estandarte, voltam os metais e os "deredauns", mas acompanhados de belos rocks.
Música de Trabalho: Ainda Gosto Dela (participação de Negra Li)
Top 3: Canção Áspera, Escravo e Renascença
Comentário Geral: Mais uma vez o Skank se reinventa e apresenta um legítimo álbum de pop rock nacional, um exemplo a ser seguido por todas as bandas que se aventuram nesse ingrato mercado.
Nota: 9




Banda: Oasis
Álbum: Dig Out Your Soul
Produtor: Davi Sardy
Filho de: Beatles (de novo) com The Who com The Doors com Drogas
Retrospecto: Após os dois primeiros álbuns, os essenciais Definitely Maybe (1994) e (What's the History) Morning Glory (1995), o Oasis lança o chapado Be Here Now (1997), que apesar de trazer grandes hits é um trabalho instável. Na sequência os Galagher vêm há anos batendo na trave. Em Don't Believe the Truth (2005) apareceram mais "maduros", mas ainda assim não conveceram. Agora com o novo álbum mergulharam em guitarras barulhentas e psicodelia.
Música de Trabalho: The Shock of Lightning
Top 3: Bag It Up, Waiting for the Rapture e High Horse Lady
Comentário Geral: Talvez não seja o álbum que o Oasis estava devendo, mas com certeza é o mais divertido e empolgante de vários anos.
Nota: 8

domingo, 2 de novembro de 2008

Araçatuba e Grandes Shows


É, parece que Araçatuba está começando a se tornar um lugar legal para se ver bons shows. Tudo bem, sei que é cedo para uma constatação como essa, mas para uma cidade movida musicalmente por duplas sertanejas e grupos de pagode, poder conferir no prazo de um mês shows de gente como Ludov, Nação Zumbi e Tom Zé, é um sopro de esperança. Isso sem contar no Pub Rock Beer, que além de sua (boa) programação tradicional, já nos trouxe Matanza, Rock Rocket e Autoramas (tá bom vai, Medulla também).

O grande problema da vinda desses shows para Araçatuba, pelo menos no caso dos três últimos (Ludov, Nação e Tom Zé), é que a divulgação não tem o alcance que deveria. Instantaneamente vem o argumento de que shows como esses têm um público restrito mesmo e tal... até concordo, mas não acho que por ser de certa forma "para poucos"(não gosto desse termo), tem que ser mantido em guetos, sempre para os mesmos, creio que quanto mais divulgação melhor, considerando o orçamento para isso claro.

Ludov e Nação Zumbi vieram por meio do projeto Cena Independente Paulista, Araçatuba foi uma das quatro cidades escolhidas para sediar o evento. O Ludov infelizmente não pude ver, mas soube que foi bem fraco de público. O Nação Zumbi, considerando a pífia divulgação do evento, achei que o público foi até razoável. O show foi muito bom, focado no repertório do álbum mais recente, Fome de Tudo, mas com espaço para os clássicos Maracatu Atômico, Manguetown e outros. Som impecável, bom repertório e presença de palco marcante, ou seja, o essencial para um grande show.

Realizado na última quinta-feira, 30 de outubro, pelo Sesc, o show do Tom Zé contou com uma divulgação um pouco maior do que os que já citei, mas ainda assim poderia ter atraído um público muito maior. De qualquer forma, o show me surpreendeu, e muito. Não imaginei que fosse tão bom, não conhecia muitas músicas e não estava tão empolgado, mas fui.

Em alguns momentos imaginei que estivesse em um espetáculo de stand up comedy, tamanha a carga performática do baiano. Entre as músicas, longas e divertidas explicações, contextualizações e conversas mesmo, literalmente um bate-papo com o público, que acompanhava extasiado o que o cantor dizia, e convenhamos: iriam morrer de rir mesmo se ele contasse a piada do pintinho sem cu, mas de qualquer forma estava valendo.

O show foi curto, poucas músicas e muita conversa, mas por outro lado, uma banda afiadíssima - os "crescendos" da música 2001 foram de arrepiar - e uma entrega, liderada pelo maestro Tom Zé, que não se vê com freqüência nem nas bandas iniciantes mais motivadas, digo isso desprovido de qualquer saudosismo, quem me conhece sabe que não penso assim.

No final das contas tive certeza que presenciei um grande show, com a ressalva de que poderia ter atraído mais pessoas, mas tudo bem. Vão dizer que se tivesse muita gente ia estragar o clima intimista do show. Entretanto, quem viu, com certeza irá concordar que com aquele domínio de palco, seria indiferente 10 ou 10 mil pessoas assistindo.

Ficamos então na espera de mais shows, que isso melhore cada vez mais. Parece que o Vanguart está a caminho pela segunda vez, fica o aviso, não percam.