segunda-feira, 27 de maio de 2013

Virada Cultural Paulista 2013 - Araçatuba


Acompanho a Virada Cultural Paulista desde o início no interior, todos os anos tento assistir o máximo de atrações possíveis em Araçatuba, especialmente os shows. Em 2012, justamente quando a programação da cidade estava ótima (Luiz Melodia, Bidê Ou Balde, Macaco Bong, Ultraje A Rigor, Letuce) eu estava em São José do Rio Preto por motivos de trabalho, onde peguei o ótimo show da Céu e ainda Vanessa Da Mata. Já em 2013, volto para Araçatuba.


Neste ano não pude acompanhar a programação do sábado. Não havia nada que me chamasse atenção, mas se pudesse iria mesmo assim. Os shows foram do cantor araçatubense de pop rock, Brunno Carvalho, Luíza Possi, Negra Li e The “Amy Lives” Project, uma espécie de tributo a Amy Winehouse, capitaneado pelo tecladista que acompanhava a cantora. Obs: caros leitores do blog que acompanharam a programação do sábado, fiquem a vontade para postar impressões na caixa de comentários.

No domingo, a Praça Getúlio Vargas recebeu três shows, do grupo paulistano 5 A Seco, Marcelo Jeneci e Almir Sater. 


5 A Seco


Marcado para as 15h30, o show começou com alguns minutos de atraso. O público ainda começava chegar à praça, havia sol, mas o clima era agradável, tudo colaborando com a tarde de Virada. Os cinco rapazes do 5 A Seco subiram ao palco enquanto uma harmonia gravada ressoava. Antes de pegar os instrumentos eles começaram a cantar “Gargalhadas”, cada integrante cantando um trecho, como em um jogral. O que se viu a partir daí foi uma série de versos e harmonias milimetricamente adocicadas para encantar o coração de jovens universitárias que precisam de um som (pretensamente) cult para se apegar.

Os cinco integrantes do grupo são exímios multi-instrumentistas, se revezam entre seus instrumentos a todo momento. Mas o show, assim como o som da banda é de um bom mocismo entediante, algo como um Teatro Mágico sem máscaras. Até os fãs, que no início pareciam extasiados, no decorrer do show tiveram momentos de dispersão.

Nas melhores partes, a apresentação lembrou Lenine em seus momentos mais experimentais, nas piores (e predominantes) lembrou o já citado Teatro Mágico e Maria Gadú, com quem já tiveram parceria. O lucro da história toda foi eles não terem se atrevido a tocar a versão vergonha alheia de “Ai Se Eu Te Pego” que às vezes tocam em shows. Se quiser ver como é, clique AQUI, mas não diga que não avisei.

Marcelo Jeneci



Logo que cheguei na praça encontrei um amigo que me perguntou: “Que tipo de som esse Jeneci faz?”, respondi: “Alguém no twitter definiu como ‘Balão Mágico para adultos’ e o próprio Jeneci aprovou”. Esse mesmo amigo, agora, deve estar pensando que eu estava sacaneando ou não estava falando coisa com coisa. O motivo? O peso do show. A banda, composta por Richard Ribeiro na bateria, Régis Damasceno no baixo e Estevan Sinkovitz e Ricardo Prado nas guitarras ajudaram mostrar para o público da Virada um Jeneci roqueiro e intenso. Especialmente os dois guitarristas, que fazendo jus ao que o estereótipo sugeria (barbudos, tatuados, grandes), encheram o show de solos e sons pesados.


Jeneci entrou no palco com os olhos pintados, cabelo arrepiado e vestindo um poncho colorido (sim, precisei de uma consultoria de moda para saber que aquilo se chamava poncho). Além dele e da banda já citada havia a Laura Lavieri (aaaahhhh, Laura...[suspiros]). Mesmo com sua timidez indisfarçável, a cantora estava muito sexy em um vestido preto, curto, com as costas a mostra, além do fato de ser uma peça fundamental ao som do grupo com sua voz doce e ao mesmo tempo potente.


As duas primeiras músicas foram de arrepiar, “Tempestade Emocional” e o cover de “Astronauta”, de Roberto Carlos, apareceram intensas, longas, quase épicas. Foi positivamente surpreendente ver uma banda pilhada daquele jeito quando tudo o que se esperava era doçura e sutileza. Houve sim momentos mais líricos, especialmente nas duas músicas mais festejadas pelo público: “Felicidade” e “Pra Sonhar”. Nessa última, com um espetáculo a parte dos pássaros sobrevoando a praça, até a banda ficou um tempo parada olhando para o céu. Tudo isso somado ao sol, que se recolhia naquele momento, contribuiu para o clima bonito que imperava no local.


“Feito Pra Acabar” foi hipnotizante, talvez seja a música em que Jeneci tenha achado o equilíbrio exato entre beleza, intensidade e poesia, especialmente nessa versão ao vivo. Seria muito interessante se isso fosse uma pista dos caminhos que o som do cantor pode trilhar futuramente.

Se a apresentação começou densa e climática, terminou leve e festeira com “Pense Duas Vezes Antes De Esquecer” e “Show De Estrelas”. Jeneci encerrou o setlist dizendo que “valeu muito a pena vir de tão longe” e disse ainda para as pessoas irem mais à praça, caminhar, olhar os pássaros... provavelmente essas palavras vão se perder em meio a euforia do que o público acabara de presenciar, mas a sensação de ter visto um show para se guardar na memória... essa ainda deve perdurar, ao menos todas as vezes que qualquer um ali ver uma revoada de pássaros em um belo entardecer novamente.



Almir Sater


O fechamento da Virada Cultural Paulista ficou por conta do violeiro sul-mato-grossense Almir Sater, bem como a incumbência de fazer o “show família” dessa edição. Fazer as vezes de Moraes Moreira, Fafá de Belém e Luiz Melodia em edições anteriores do evento em Araçatuba. Quando o cantor e compositor subiu no palco encontrou a praça lotada, naquela altura a faixa etária ia, como diz minha avó, “de mamando a caducando”.

Além da viola de Sater, a banda enxuta conta com dois violões, baixo e acordeom. Após a primeira música, um tema instrumental, o show já seguiu com “Trem Do Pantanal”. O som saía cristalino das caixas, todas as nuances dos solos na viola, dos abafados nos violões, tudo era percebido com nitidez. Aqui cabe um elogio aos técnicos, os três shows da tarde estavam com o som impecável, diferente, por exemplo, da virada de 2011, quando Zeca Baleiro sofreu com a má qualidade do áudio

Que Almir Sater já entrou em campo com o jogo ganho é verdade, mas isso não foi motivo para qualquer descuido na apresentação, tudo fluía perfeitamente, quando as pessoas não cantavam junto, dançavam, ou apenas admiravam. A mistura sonora viajou da guarânia ao blues sem perder a identidade.  


Sem muito alarde, o que combina perfeitamente com a simplicidade do cantor, apareceram os primeiros acordes de “Tocando Em Frente”, sem sombra de dúvidas a música mais esperada de 90% do público presente. Mesmo depois de tanto tempo, a beleza dos versos continua intacta. A música terminou e o público permaneceu cantando. “Que bonito!” exclamou o cantor.

O cansaço começava a bater em quem já estava cruzando a sexta hora em pé, mas, em contraponto, o som que vinha do palco acalmava, trazia tranquilidade. E assim a Virada Cultural Paulista 2013 foi encerrada em Araçatuba, com o melhor clima possível. Sempre que uma nova edição termina fica aquele pensamento de como seria bom uma dessas pelo menos a cada três meses... mas já que temos que nos conformar, que venha a edição de 2014.

domingo, 12 de maio de 2013

Dia das mães - Playlist

Hoje é o dia delas. Essa playlist é uma homenagem (embora possa não parecer) a todas as mães. Músicas que falam sobre os mais variados relacionamentos que uma mãe poda ter com os filhos, seja esse contato bonito, saudoso, complicado, inexistente, macabro e por aí vai.