segunda-feira, 1 de junho de 2009

Notícia do Dia 13#

"Saímos do nosso período dark", diz baixista do Placebo sobre novo disco

JB Online
30/05/2009 - 08h00


"We´re happy family"
"Battle For The Sun", sexto CD do Placebo, traz a banda londrina em nova formação (é o primeiro disco com o baterista americano Steve Forrest). O bafafá em torno do álbum, contudo, se escora mais no otimismo claramente impregnado em canções como "For What It's Worth" e "Speak In Tongues". A característica pouco combina com o trio que amealha fãs de glam rock com visual e letras darks desde 1996.

"Estamos mais positivos ao pensar no futuro e isso aparece nas letras e nas músicas", explica o baixista Stephan Olsdal, em entrevista por telefone ao Jornal do Brasil, de Estocolmo, na Suécia, sua terra natal. "Saímos do nosso período dark. O disco anterior tinha muita dor e queríamos fugir disso. Trazer algo colorido, mais ousado. É como se fosse um renascimento".

Ao lado do vocalista e guitarrista belga Brian Molko, seu amigo de infância, Olsdal decidiu dar outros rumos ao Placebo. Para ele, ao escutar o disco é fácil perceber que decidiram "viver melhor a vida". O fim do contrato com a Virgin Records e a não renovação com a gravadora reforça o discurso sobre mudanças. "Battle For The Sun" sai de forma independente, com distribuição da EMI.

"Era melhor para nós não assinar com uma major", assegura o baixista. "Independentes temos mais espaço, somos os donos das nossas próprias músicas. E também pudemos selecionar melhor com quem trabalharíamos. Hoje, escolhemos todos os profissionais que nos cercam com mais cuidado".

Foi assim com o novo membro do Placebo, o baterista californiano Steve Forrest. Em 2007, Steve Hewitt saiu da banda. Depois de segurar as baquetas do Placebo por 11 anos, deu lugar ao xará. O contato com Forrest veio por meio das turnês: a banda anterior do americano, Evaline, abriu shows do Placebo. Nem mesmo a diferença de idade foi um empecilho. O integrante recém-chegado tem apenas 22 anos, sendo que Molko já chegou aos 36 e Olsdal aos 35.

"Tínhamos que pensar que seria alguém com quem passaríamos muito tempo. A afinidade tinha que ser musical e pessoal", justifica a escolha. "Algo muda, porque eles são pessoas bem diferentes. Steve tem ótimas ideias, não tentou copiar o estilo dos anteriores. E o garoto tem só 22! Ele está bastante empolgado. Você vê que ele quer que dê certo, como se fosse a chance da vida dele".

Como é de praxe na carreira do Placebo, eles não repetem produtores. Cada álbum da discografia representa uma nova parceria com um profissional do ramo. Mas por qual motivo vivem trocando de produtor? "Até agora, em cada novo disco queríamos fazer algo que fosse uma reação ao anterior. Nunca foi uma opção repetir, ainda mais nessa parte da nossa carreira. Não sei como será nos próximos discos", responde.

Lançado em 2006, "Meds" é descrito por membros da banda e seus fãs como um dos discos mais sombrios: cheio de sofrimento e claustrofobia por todas as faixas. Em entrevista recente, Brian Molko definiu o CD como "pegar um microscópio e examinar a dor de alguém por meio dele".

Para o vocalista, a alegria impressa nas novas canções faz com que o Placebo se torne até mesmo mais acessível. Desta vez, Molko e companhia recrutam David Bottrill. A lista de trabalhos pregressos do produtor inclui discos com os britânicos do Muse, os australianos do Silverchair e, principalmente, com o cantor inglês Peter Gabriel.

"É ótimo saber que ele produziu bandas pesadas como o Tool e artistas pop como o Peter Gabriel. Soava interessante", conta. "Parecia o passo certo. David Bottrill é muito sofisticado. Olhando para trás foi uma ótima decisão. Ele é bom nas relações com as pessoas e foi importante na parte dos arranjos.

O baixista revela que Bottrill pinçava partes de cada uma das músicas e as juntava de novo. Processo que impressionou o trio. "Ele nos fez sentir que mesmo que o trabalho não fosse para o disco, seria importante para nosso crescimento como banda. David é como um técnico de futebol", compara o músico.

Por mais que anunciem tantas mudanças, o procedimento de retrabalhar canções de outros artistas continua na agenda do grupo. Depois de criarem versões para músicas de T. Rex ("20th Century Boy"), Pixies ("Where's My Mind") e The Smiths ("Bigmouth Strikes Again"), registram "Wouldn't It Be Good", do cantor britânico Nik Kershaw.

"As canções precisam significar algo para nós. Elas têm que fazer parte da nossa história. Crescemos com todas as músicas de outros artistas que regravamos. E são canções pop com letras obscuras", explica o baixista.

Por enquanto mais envolvida em aparições nas TVs e rádios do que em festivais, a banda viaja pela Europa, continente onde mantém seu maior séquito de admiradores. Para agradar seus fãs do Velho Continente, já gravaram "Protège Moi", cantada em francês por Molko, que é fluente no idioma.

Assim que abandonarem o giro promocional, começam a excursionar. O Brasil pode, mais um vez, ser inserido na turnê mundial. Em 2005, eles foram a atração principal da primeira etapa do festival Claro Q É Rock. A banda percorreu nada menos do que oito cidades (Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília, Campinas, São Paulo e Rio), com cinco bandas independentes abrindo as noites. “Quando a turnê acabou, fui ser DJ em festas pelo Rio", recorda o baixista. "Foi incrível, passamos muito tempo vagando por aí. Vimos um pouco do país e notamos algumas das diferenças culturais que vão do Norte ao Sul".
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É, lendo as declarações do Brian Molko parece até que o novo álbum do Placebo soa como o Scissor Sisters, pelo pouco que ouvi não é bem isso não, mas parece ser diferente da repetição em que eles vinham batendo.

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