
Disco do ano?
Imagine se você pudesse escolher cada integrante de uma provável banda dos sonhos. Bem, o mundo da música ainda não está tão interativo assim, mas, de fato, 2009 é o ano das superbandas. Algumas inusitadas, outras que nos trazem a impressão que os integrantes nasceram para tocar juntos. Algumas unindo músicos decadentes e esquecidos, outras colocando em sintonia artistas em pleno auge.
O melhor exemplo de superbandas no ano é a união entre o vocalista e guitarrista do cultuado Queens of the Stone Age, Josh Homme; o vocalista, guitarrista e baterista, Dave Grohl, atual Foo Fighters e ex-Nirvana; e John Paul Jones, baixista do lendário Led Zeppelin. É o Them Crooked Vultures, com Homme nos vocais e Grohl na bateria. O recém-lançado álbum do grupo é uma pérola do mais puro rock’n roll com experimentalismos fascinantes.
O disco, que certamente irá liderar a maior parte das listas de melhores do ano, não é exatamente um álbum fácil. É aconselhável que, antes de ouvi-lo, você conheça razoavelmente os trabalhos de cada integrante, especialmente de Josh Homme. Pois o Them Crooked Vultures cruza com maestria o experimentalismo do Queens of the Stone Age, com a veia pop do Foo Fighters e o rock clássico e vigoroso do Led Zeppelin. Desafio: tente ouvir o riff de guitarra da faixa Elephants e não ter vontade de sair pulando feito um louco.

Senhores de respeito
Outro grupo que merece destaque é o Chickenfoot. Banda que une os ex-Van Hallen, Mike Anthony e Sammy Hagar, respectivamente baixista e vocalista; Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers; e o guitarrista virtuoso Joe Satriani. O resultado é um Hard Rock a moda antiga, com destaque para a guitarra de Satriani, que era justamente o que poderia comprometer o trabalho com as habituais firulas do músico.
Tudo isso sem citar o The Dead Wheaters, que une Jack White, do White Stripes com Alison Mosshart do The Kills; e o inusitado Tinted Windows, que coloca lado a lado James Iha, do Smashing Pumpkins, e Taylor Hanson, dos Hansons, sim, você leu direito, Hansons, e o resultado é um power pop até interessante.
Como o assunto é superbandas, nada melhor que citar algo ligado a um super-herói: “grandes poderes trazem grandes responsabilidades” foi o que Benjamin Parker, mais conhecido como Tio Ben, disse a Peter Parker, o eterno Homem-Aranha. Realmente, a cobrança com os supergrupos é redobrada, mas se os artistas souberem imprimir sua personalidade, e de suas respectivas bandas, na união, o resultado atrai fãs de todos os grupos envolvidos, e é claro, ainda com a possibilidade de angariar novos seguidores.
Texto publicado dia 29 de novembro de 2009 no jornal Folha da Região, de Araçatuba/SP
2 comentários:
Muito bom esse post/matéria, gostei bastante, parabéns Du! abraço
Nesse caso fica estranho perguntar "quem sou 'eu'?"
De qualquer forma, obrigado.
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