sábado, 18 de abril de 2009

Diamanda Galás - Músicas para te fazer dormir de luz acesa


Que atire a primeira pedra quem nunca, ao ouvir determinada música, deu uma olhada desconfiada ao redor para conferir se estava realmente sozinho. E a partir desse dia nunca mais ouviu essa música depois de anoitecer, sozinho então... só de pensar já se borra.

É claro que o medo é uma coisa relativa, o que me assusta pode te fazer rir e vice-versa. Tem gente que se pela de medo da Xuxa, por exemplo (!!) Aí aparece alguém com aquele discurso, abordado porcamente no filme Batman Begins, de lutar contra seus medos e bla bla bla...

Sentir medo não é de todo ruim, do contrário não haveria tamanha procura por filmes de terror. Se for encarado de forma racional (ok, nem sempre é possível) pode nos levar a conclusões interessantes.

Para simbolizar, na música, o medo, ou desconforto, chame como quiser, recorro a uma cantora (como disse Lux Interior, “All Women are Bad”), com menções honrosas a Björk exorcizando demônios em “Declare Independence” e Beth Gibbons do Portishead nos levando a paranóia em canções como “Silence’ por exemplo.

De quem falo, entretanto, é com certeza a mais assustadora. Me refiro a Diamanda Galás. Uma pianista americana de formação clássica que tem íntima ligação com o macabro.Seu primeiro álbum, Litanies of Satan, de 1982, é algo como um ritual de magia negra. Gritos, urros, grunhidos, gemidos, vozes sussurradas sobrepostas e barulhos que parecem ter vindo de filmes como O Exorcista ou O Bebê de Rosemary. Tudo isso dividido em duas músicas. Sim, duas músicas. “Wild Women With Steak – Knives” de 12 minutos e “The Litanies of Satan” de quase 18.

O experimentalismo e as trevas seguem por toda sua discografia, mesmo quando mancha de sangue clássicos como “Gloomy Sunday”, conhecida na voz de Billie Holiday, e “I Put a Spell On You”. Em 1994 lançou o álbum The Sporting Life, em parceria com o lendário baixista do Led Zeppelin John Paul Jones. Nesse trabalho Jones envolve o freak show de Diamanda com ótimas bases rock’n roll, mas não pense que o resultado é convencional.

A americana, de descendência grega, assusta. Seja em suas performances, marcadas pela total entrega na execução, ou ainda em sua própria imagem, uma mistura de bruxa com zumbi, com um toque de erotismo macabro.

Para quem não está levando esse papo muito a sério, a foto no início da postagem já entrega um pouco, abaixo segue um vídeo que exemplifica sua música, mas lembrando que a música do vídeo, “Gloomy Sunday”, pertence a fase “pop” da cantora, até gostaria de colocar as músicas do primeiro álbum por aqui, mas já escureceu, e como eu teria que ouvir para conferir se deu certo, no way. Se tiver curiosidade pode procurar, mas lembre-se que ouvir ao meio-dia é mais aconselhável.


3 comentários:

Diego Assunção disse...

Versão diabólica essa. Putz, mas o vídeo não é menos demoníaco. Só não digo que essa mulher é o capeta porque já votei na Liz Hurley como a melhor figura pra representar o belzebu.

Diuan Feltrin disse...

Mais assustador que a música é o "naipe" dessa fulana aí! Cara, vai ser feia assim no inferno! Literalmente! huahauahauhah
E como você disse: "Björk é Britney ao lado dessa Diamanda"...

Anônimo disse...

Bela voz. Amo Diamanda. O vídeo não tem nada de assustador.